Crédito: Daniel Protzner/ALMG

Câncer de mama ainda desafia o SUS em Minas, alerta Lucas Lasmar

Deputado cobra ações concretas do Estado diante de aumento da mortalidade, mesmo com mais recursos e promessas

Apesar dos investimentos anunciados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), pacientes com câncer continuam enfrentando longas esperas e dificuldades para acessar tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais. O problema foi debatido nesta quinta-feira (25/4), em audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, a pedido do deputado Lucas Lasmar (Rede).

Durante a audiência, a própria SES apresentou dados que escancaram a gravidade da situação:

Lucas Lasmar criticou a lentidão nas ações do governo: “É inaceitável continuarmos vivenciando essa situação. Estamos colocando as pessoas na fila da morte”, afirmou. O deputado lembrou que a Lei Federal 13.896, de 2019, determina que exames diagnósticos de câncer devem ser realizados em até 30 dias. No entanto, apenas 33% dos pacientes mineiros conseguem esse atendimento no prazo.

Um dos destaques da audiência foi a apresentação da Jornada de Excelência do Paciente Oncológico, iniciativa do Instituto Mário Penna, que busca acelerar o início do tratamento. O projeto, com foco inicial no câncer de mama, quer reduzir o tempo entre o diagnóstico e o início da terapia de 120 para apenas 21 dias.

No Hospital Luxemburgo, da rede do Instituto, o número de mamografias mensais saltou de 700 para mais de 4 mil. A meta é se tornar 100% SUS até o fim de 2025, com ampliação de leitos — de 216 para até 343 — e expansão do CTI, de 14 para 50 leitos. O hospital também passará a oferecer especialidades como Cardiologia, Neurologia e Transplante de Medula Óssea. Um núcleo de matriciamento será criado para orientar médicos da atenção básica, evitando que pacientes se percam na rede.
“O Instituto Mário Penna está mostrando que é possível fazer diferente, com foco, planejamento e parceria. Precisamos de mais iniciativas como essa, com apoio efetivo do Estado”, reforçou Lucas Lasmar.

Já a coordenadora de Alta Complexidade Ambulatorial da SES, Luíza da Silva Miranda, afirmou que o tratamento oncológico é prioridade da pasta. Ela apresentou a política estadual de enfrentamento ao câncer de mama, batizada de Cuidar na hora certa.

Segundo ela, a estratégia inclui incentivos financeiros: municípios que iniciarem pelo menos metade dos tratamentos em até 60 dias poderão receber R$ 1.500 por paciente. Já laudos de biópsia entregues dentro desse prazo darão bônus de R$ 500.

Lucas Lasmar cobrou urgência nas ações: “O Estado precisa garantir que o atendimento oncológico seja descentralizado, humanizado e eficiente.” Ao final da audiência, o deputado solicitou uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, para apresentar formalmente a Jornada de Excelência do Paciente Oncológico e buscar o engajamento da SES na implementação do projeto.