O deputado estadual Lucas Lasmar (Rede) expressou sua insatisfação com a falta de transparência da concessionária ECO-135 durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (30/11). A audiência, solicitada por Lasmar, focou no impacto econômico e social das intervenções na LMG-754 para a comunidade local. A concessionária, responsável pelas obras, não enviou representantes para a reunião, gerando críticas dos moradores e comerciantes de Cordisburgo presentes.

A obra do Contorno de Cordisburgo, orçada em 21 milhões de reais, é um projeto previsto no contrato de concessão e originou-se de uma ação civil pública do Ministério Público de Minas Gerais contra o Departamento de Estradas e Rodagem (DER). O objetivo do projeto é proteger o patrimônio histórico-cultural, garantir a segurança dos moradores da Rua São José, onde estão localizados a Escola Estadual Mestre Candinho, o Lar dos Idosos e diversos comércios, além de melhorar a fluidez e a trafegabilidade da rodovia.

O desvio da rodovia LMG-754 do centro da cidade de Cordisburgo, que conecta Curvelo ao município e dá acesso à MG-231, tem o apoio dos moradores locais. A principal demanda da comunidade é a manutenção dos acessos da LMG-754 para não prejudicar a economia local.

Desde a pavimentação da estrada em 2016, o município experimentou um aumento significativo no tráfego de veículos, especialmente de caminhões, na Av. São José. O fluxo diário de cerca de mil veículos impulsionou o comércio na principal via da cidade, que agora conta com cerca de 46 estabelecimentos, incluindo padarias, oficinas, pousadas e lojas. Os comerciantes estimam que cerca de 500 famílias que trabalham na área serão afetadas pelo desvio do tráfego do centro da cidade.

Ana Paula Magalhães, diretora de Gestão Rodoviária da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), revelou que o projeto executivo das obras ainda não foi concluído pela concessionária, tendo a Seinfra autorizado apenas o projeto funcional. Essa informação foi duramente criticada pelo deputado Lucas Lasmar.

Lasmar acusou a ECO-135 de desrespeitar a lei municipal e a população ao tentar iniciar a obra sem apresentar o projeto executivo aos dirigentes municipais e sem realizar uma consulta popular. Ele também orientou os dirigentes municipais a embargar a obra caso o projeto executivo não seja apresentado em breve e anunciou que entrará com uma representação no Ministério Público para exigir a entrega do projeto completo, incluindo o cronograma físico-financeiro.

No final da audiência pública, Lasmar apresentou as solicitações da população que deverão ser incluídas pela ECO-135 no projeto. Entre elas, a movimentação do Portal Grande Sertão Veredas para o início da cidade, a implantação de uma travessia elevada de pedestres para acesso à Gruta de Maquiné, com redutor de velocidade, e a implantação de dispositivos de retorno de nível no acesso norte da cidade.

A representante da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) concordou em realizar uma reunião em janeiro de 2024. A reunião contará com a presença de representantes da concessionária, da secretaria, membros do poder público municipal e representantes da população. O objetivo é discutir o projeto antes da sua redação final.

Durante a audiência pública, o vereador Sávio Trombini, presidente da Câmara Municipal, destacou a necessidade de asfaltamento da rodovia que liga Cordisburgo a Santana de Pirapama. De acordo com Trombini, mais de 90% da produção rural da cidade é escoada pelos 46 km de estrada de terra. A rodovia também conecta o município ao Complexo da Serra do Cipó. Segundo o presidente da Câmara, a obra seria de grande importância para a economia local e para a mobilidade dos habitantes da região.